Pular para o conteúdo principal

A COMPANHIA URBANA DE DANÇA estreia “NÊGO" (eu.ele.nós.tudo preto) De 27/11 a 21/12 no Espaço SESC – RJ


Depois de longa temporada sem se apresentar na sua cidade natal, a Companhia Urbana de Dança desembarca no Rio de Janeiro para mostrar seu novo espetáculo “Nêgo" (eu.ele.nós.tudo preto) que acaba de estrear nos EUA - bem recebida pela crítica, teve destaque nos jornais Financial Times, New York Observer e Boston Globe. E é de lá que ela chega e estreia no Espaço SESC, dia 27 de Novembro. A temporada será de quinta a domingo, até 21 de dezembro. 

Formada por nove dançarinos, a CIA nasceu no subúrbio carioca e ganhou o mundo com participações em festivais internacionais e diversas premiações. Sob o comando da coreógrafa Sonia Destri Lie viu suas ruas ganharem os palcos. Considerada o ‘futuro da dança urbana’ pelo Encore Magazine USA e eleita TOP 10 pelo New York Times, se apresentou nos me teatros norte-americanos como The Kennedy Center (Washington DC), The New York City Center, festivais europeus em Biarritiz, Lyon, entre outros, e só este ano, a Companhia Urbana de Dança já conta três temporadas nos EUA.

O Espetáculo “Nêgo"

No Brasil, quem mais morre, e se morre muito, e violentamente, são os jovens negros. Os números são impressionantes, morre-se mais que em muitas guerras declaradas. E a morte tem uma cor predominante nesse país. Tudo preto. É certo: os dançarinos da Companhia Urbana de Dança hoje são ponto fora da curva dessa estatística dolorosa, no entanto, não deixaram de ser o que são nesse processo que os tirou da frente da linha de tiro. A cada dia no olhar de alguém que cruza com eles na rua, no transporte coletivo, no táxi que não para, na dura da polícia, são vistos e tratados como aquilo que são: todos pretos. Já se disse: black is beautiful. E negra é a raiz da liberdade. Mas, ser negro, jovem e urbano da periferia e dançar com talento e ousadia, diz não só de beleza, mas também de resiliência. Filhos e netos de tantas misturas que trazem a marca de sua negritude como signo e lugar, com tons e semitons, nuances claras, escuro aveludado, marrons caramelados, imprimem na dança toda a diversidade de movimentos, texturas, ideias, conceitos... Corporeidades distintas dialogam, se encontram, colidem em corpos que falam da violência e da possibilidade de uma nova escrita com histórias construídas fora das ruas estreitas da cidade.

Sobre a Companhia

A Companhia Urbana de Dança, criada em 2004, é formada por um grupo de jovens oriundos de subúrbios do Rio de Janeiro. O grupo se caracteriza pela força das suas histórias e qualidades artísticas como vigor físico, diversidade de movimentos e sofisticação coreográfica, e realiza uma leitura particular e criativa em dança urbana. Suas experiências e ideias são incorporadas como material de criação. Por meio de uma expressão artisticamente arrebatadora, colocam em cena corpos com movimentação forte e ao mesmo tempo sofisticada, marcada pela estética contemporânea. Seu trabalho vem sendo reconhecido no exterior. Entre suas apresentações estão a Bienal Internacional de Dança de Lyon (2008 e 2010); Museu Quai Branly, Festival Internacional de Biarritiz; Teatro de Chelles, em Paris; Teatro Lido em Medelín, Colômbia; Festival Hoptimum e Hangar 23 em Rouen; Festival Fall for Dance, Peak Performance, Jacobs Pillow em 2013 e 2014 . Teve a oportunidade de se apresentar nos maiores teatros norte americanos como The Lincoln Center, Walker Center, Wexner Center, The Joyce Theater, Yerba Buena entre outros.A peça “ID: Entidades” foi considerada pelo NY Times como um dos 10 melhores espetáculos apresentados naquele ano e a trilha sonora, de Rodrigo Marçal, foi indicada ao Prêmio Bessies, em Nova York. A Companhia foi considerada o "Futuro da Dança Urbana" pelo Encore Magazine.

A coreógrafa Sonia Destri Lie 

Sonia Destri Lie é formada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e em Ballet pela Escola de DançasClássicas do Teatro Guaíra. Recebeu bolsa de estudos da New York University e participou como convidada nas oficinas internacionais da coreógrafa Twyala Tharp. Foi premiada como melhor coreógrafa pelo Conceil International de La Danse/ UNESCO e recebeu Menção Honrosa de melhor roteiro pela Ford Foundation. Entre Europa e EUA, sua formação passa por Pina Bausch, Alvin Nikolais, Martha Graham e Jose Limon, no entanto, foi na Alemanha que conheceu a pulsação atual de sua carreira, a dança urbana, que culminou com a formação da Companhia Urbana de Dança.

FICHA TÉCNICA

Direção e Dancing Designer: Sonia Destri Lie

Coreografia: Sonia Destri Lie e Companhia Urbana de Dança

Parceria Artística: Renato Linhares

Assistente: Tiago Sousa

Assistente de Coreografia: Miguel Fernandes

Pesquisa: Monica Lima

Figurino: Paula Stroher e Urban Style

Diretor Musical: Rodrigo Marçal

Produção: Companhia Urbana de Dança

Assistente de Produção: Johnny Britto

Luz: Renato Machado

Operador/ Direção de Palco: Tom Bernardes

Dançarinos: Tiago Souza, Raphael Russier, Miguel Fernandez, Andre Virgilio, Johnny Brito,

Julio Rocha, Jessica Nascimento, Allan Wagner e Rafael Balbino


Temporada: de 27 de Novembro a 21 de Dezembro

Horário: quinta a sábado, 21h. Domingos, 20h

Local: Espaço SESC / Mezzanino - Rua Domingos Ferreira, nº 160 – Copacabana - RJ

Informações: (21) 2547-0156

Preços: R$ 20(inteira) R$ 10 (estudante e idoso) R$ 5(assoc. SESC Rio) – Pagamento só a dinheiro

Capacidade: 80 lugares

Duração: 50 minutos

Classificação etária: 12 anos

Acesso para cadeirantes

Bilheteria de terça a domingo de 15h às 21h.

Comentários

Anônimo disse…
Parabéns pelo blog CUD !!!!
Agora está perfeita!!! Completo...
Estava faltando esse espaço para divulgaçao mostrando com grande estilo e categoria o trabalho da CUD.

Postagens mais visitadas deste blog

Personagens da nossa história: Mário Jorge, o Rei dos Salões

Mário Jorge, o Rei dos Salões Ele foi um dos maiores dançarinos – se não o maior – de nossos salões. Isto dito por inúmeras testemunhas que o viram criar nas pistas movimentos hoje incorporados definitivamente aos ritmos dançados a dois. Um trágico acidente o retirou das pistas e ele virou lenda. Décadas mais tarde, ao ser homenageado em um evento, eis que ele encontra a mulher da sua vida, que o ajudaria em sua reabilitação e o colocaria novamente sob as luzes dos holofotes. Estamos falando de MÁRIO JORGE MESSIAS MATOS, o “rei dos salões”, como era chamado nos anos sessenta, que recentemente oficializou sua união com D. Íris Neira, queridíssima administradora da Academia Carlos Bolacha. Foi o casamento mais comentado dos últimos tempos (foto abaixo). “Nem provei do buffet, pois não paravam de nos fotografar”, comentou Íris. . Empenhada em pesquisar e divulgar a história do marido (“muitas fotos se perderam e, dos filmes, só consegui recuperar dois, que precisam ser restaurados”), Íris...

Um pouco de história

Madame Poças Leitão Por Carla Salvagni* Louise Frida Reynold Poças Leitão é o nome completo de Madame Poças Leitão, que chegou em São Paulo em 1914, deixando Lousanne, na Suiça. Logo percebeu que os jovens das famílias mais abastadas necessitavam urgentemente de noções básicas de etiqueta. Fundou então a aristocrática “Escola de Dança de Salão e Boas Maneiras”**, em São Paulo. A dança de salão estava incluída no conhecimento básico de etiqueta, era indispensável na vida social requintada. Madame Poças Leitão representou a primeira (senão única) e mais importante escola de dança de salão nas classes altas, em contraste com inúmeros professores que atuavam principalmente na periferia de São Paulo e Rio de Janeiro, vários associados às casas de prostituição e/ou bailes populares (mas isso já é outra história, que oportunamente trataremos). Assim, graças a essa divisão por classe econômica e nível social do início do século, até hoje define-se duas linhas básicas de trabalho e duas his...

Pole Dance: saiba um pouco sobre as origens da dança e conheça a professora de dança de salão que treinou o elenco global

A professora Alexandra Valença e suas alunas no Projac Como tudo o que aparece nas novelas, o Pole Dance, apresentado ao público na novela Duas Caras, ganhou destaque na mídia e despertou o interesse de leigos e profissionais para essa forma sensual de dançar.  Nesta matéria, saiba um pouco sobre as origens da dança e conheça a professora de dança de salão que treinou o elenco global. Dançar em volta de instrumentos verticais já era uma prática em culturas milenares da Ásia.  O nome Mallakhamb, por exemplo, designa uma modalidade de ioga praticada num varão de madeira ou numa corda. Já o Mallastambha consistia no uso de um varão de ferro por lutadores, para aumentar a força muscular.  De fato, os movimentos em torno da vara trabalha o condicionamento físico, fortalecendo, sobretudo a musculatura de braços, abdome e pernas. Como a conhecemos no ocidente, a dança na vara, ou Pole Dance, surgiu na Inglaterra, passou para a Europa e foi para os Estado...