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Um pouco de história: Palácio Monroe

Foto: Franz Grasser.
Mesmo após três décadas de sua demolição, o Palácio Monroe continua a despertar polêmicas e mexer com o imaginário dos que acompanharam sua história.

Esta começa no início do século XX, em 1903, época em que o Brasil recebera um convite para participar de uma exposição de Sant-Louis, nos Estados Unidos, e o dito evento, teria pavilhões de vários países. O Brasil seria representado pela magnífica obra, que deveria ter sua estrutura totalmente reaproveitada, para que fosse reconstruída na capital federal, segundo contrato com o evento americano. Assim foi feito.

A obra foi então construída em uma estrutura metálica desmontável, erguida e exposta em Saint Louis, conforme previsto. Sua beleza e grandiosidade logo chamou a atenção da imprensa americana e o Brasil recebeu a medalha de ouro no Grande Prêmio de Arquitetura, o maior do gênero naquela época. Foi o primeiro reconhecimento internacional de uma obra arquitetônica brasileira.

De volta ao Brasil, a obra foi reconstruída em 1906, na Cinelândia, coração do Rio de Janeiro. Sua reinauguração foi repleta de festividades, inesquecíveis para os moradores da época. O então Presidente americano Roosevelt se fez presente para abrilhantar ainda mais as festividades.

O nome escolhido, Monroe, foi uma homenagem ao Presidente americano James Monroe, criador da unificação das Américas, o Pan-Americanismo.

No Palácio Monroe, naquele ano, realizou-se a "Terceira Conferência Pan-Americana".

Até 1914, o Palácio era apenas um pavilhão de exposições. A partir desta data, devido à sua magnitude e localização, tornou-se sede provisória da Câmara dos Deputados. No ano de 1922 o Palácio Monroe passou a sede do Senado Federal, função que permaneceu até 1960, quando a capital do Brasil transfere-se para Brasília.

O Palácio Monroe sempre mexeu com a imaginação do povo local e fascinou os moradores. Sabia-se que ele foi palco de muitos acontecimentos, desavenças políticas e a dissolução do senado por Getúlio Vargas. Era o símbolo vivo da República, tornando-se parte integrante do belo cenário do Rio de Janeiro, chegando a ser um dos cartões postais da cidade.

Fonte. WikiRio

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