Depois da "ressaca" do Carnaval, em que a
comunidade da dança de salão se dividiu entre repouso, folia e trabalhos
coreográficos para os festejos de Momo, o ano finalmente começou de fato para
os produtores culturais e diretores de academia. Infelizmente, com o pé esquerdo.
O triste episódio do incêndio na boate Kiss (Santa Maria,
RS) se, por um lado, lançou holofotes nas condições de insegurança de muitos
locais de grande frequência de público, por outro lado, pegou desprevenidos
aqueles que já estavam acostumados com o "jeitinho" carioca de ir
levando a vida.
Em consequência, muita programação dançante teve que ser
cancelada após o Carnaval, ou remanejada às pressas para outros locais.
Para
aqueles que realizam espetáculos, bailes e outros conteúdos artísticos, isso
muitas vezes representou perda de investimento, lucros cessantes e, na melhor
das hipóteses, gastos adicionais com remanejamento ou adaptação de espaços.
Este é o tema principal desta edição, abordando a
preocupação de uma parcela de nossos produtores culturais e profissionais da
dança com o fechamento dos espaços públicos, que evidenciou um problema sério
de sucateamento dos locais destinados a manifestações culturais.
O foco principal na mídia está sendo o fechamento de teatros
e casas de shows, mas em nosso segmento cultural sabemos que há muito tempo
clubes onde são promovidos bailes regulares - e até algumas academias e quadras
de lazer - carecem de manutenção e adaptação às normas técnicas e de segurança
para atendimento ao público.
Torçamos para que esse susto inicial gere uma
conscientização por parte dos diretores de clubes de que algo precisa ser feito
para melhorar as condições ambientais e até sanitárias de seus
estabelecimentos. E que os frequentadores desses locais e produtores culturais não
fechem os olhos para o estado de abandono que observamos. Afinal, são nossas
vidas em jogo.
Mas, como notícias de nosso segmento e entretenimento são os
principais focos deste informativo cultural, não falamos só de política neste
número. Já na capa, destacamos o início do ciclo de workshops e congressos,
como o do Marquinhos do Forró. E fazemos justa homenagem aos primeiros
colocados nas três categorias do concurso virtual de fantasias do Jornal
Falando de Dança. Este ano a participação foi muito maior, o que nos anima a
planejar algo mais elaborado para o próximo ano, como uma ala personalizada no
bloco Alegria Sem Ressaca e um desfile de fantasias.
Outro destaque de capa é o anúncio da comemoração do Dia do
Dançarino 2013 e a terceira edição do Prêmio Cultura da Dança de Salão, ambos
confirmados para acontecer no próprio dia da efeméride, 21 de julho.
Na seção "fique por dentro" os leitores encontram
"pílulas" de informações diversas, desde a performance dos
professores de dança de salão no Carnaval até os próximos grandes eventos de
dança de salão, passando por dicas culturais fora da nossa seara. E, claro,
muitas indicações de onde aprender e dançar a dois. Porque dançar é muito bom!
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Leonor Costa é editora do JFD
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