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Largo do Boticário poderá ganhar hotéis de charme



Um conjunto de casas em estilo neocolonial do fim do século XIX, mas em ruínas, cuja história se mistura à do bairro do Cosme Velho, pode virar um complexo de hotéis-butique aos pés do Cristo Redentor. 

Parte do casario do Largo do Boticário, cuja decadência ofusca a beleza dessa pequena ilha arborizada e de fachadas coloridas, foi desapropriada ontem pelo prefeito Eduardo Paes. Decreto tornou de utilidade pública os imóveis 20, 26, 28 e 30, de propriedade de Sybil Bittencourt, herdeira da família fundadora do extinto jornal “Correio da Manhã”.

O prefeito disse que o casario será alvo de uma licitação para a escolha de uma rede hoteleira interessada em criar hotéis de charme no local. A reforma das casas caberá à empresa vencedora. A ideia é transformar o largo em referência do setor na cidade. Em processo de degradação há mais de 40 anos, os imóveis desapropriados contrastam com outros três preservados do largo. Um deles já abriga o hostel Casa 32.

Valor não foi definido

Na justificativa do decreto, Paes diz que a decisão se baseou na importância histórico-cultural do Largo do Boticário e na necessidade de requalificar o conjunto arquitetônico, que faz parte da Área de Proteção ao Ambiente Cultural (Apac) do Cosme Velho e Laranjeiras, criada em 1991. A legislação das Apacs permite mudanças de uso nos imóveis, desde que preservadas as características arquitetônicas e a ambiência do lugar. O casario também é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac).

A ideia é licitar as casas para grupos hoteleiros especializados em hotéis de charme. Já conversei com gente do Hotel Fasano e do Vila Galé (rede internacional de hotéis de charme), e os empresários do Vila Galé ficaram bastante interessados — disse Paes.

O valor a ser pago pela prefeitura na desapropriação ainda não foi definido. Segundo o procurador do município, Fernando dos Santos Dionísio, engenheiros da procuradoria farão uma perícia no casario, nos próximos 20 dias. Depois disso, o município fará a oferta pelo bem.

A oferta pode ser aceita ou não pelos donos. Quando não é aceita, o depósito é feito em juízo. O juiz faz então a imissão de posse dos imóveis para o município, e o valor é discutido na Justiça.

O Largo do Boticário chegou a ser invadido e teve problemas de depredação. As casas foram desapropriadas por Cesar Maia, mas o processo não avançou.

O ex-prefeito e hoje vereador Cesar Maia disse ontem que a desapropriação não foi adiante porque moradores do Cosme Velho se opuseram às propostas de ocupação.

Enquanto o destino do lugar não se formaliza, as fachadas do casario exibem a ação do tempo e da falta de manutenção. Janelas e portas estão quebradas ou corroídas por cupins. O reboco está se desfazendo, e das paredes e telhados brotam plantas. 

Na casa rosa, que nos anos 90 chegou a abrigar uma edição do Casa Cor, há marcas de umidade por todos os lados. Na casa 26, pintada de amarelo e azul, um enxame de abelhas fez uma colmeia em uma janela do terceiro andar.

Fonte: Globo.com

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