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Alô, alô, profissionais da dança: reunião nesta quarta, dia 20/02, para discutir ações conjuntas em defesa da Gerência de Dança da SMC, EXTINTA PELO NOVO SECRETÁRIO DE CULTURA do Rio!


Recebemos e divulgamos uma convocação recebida de Roberto Anderson, para a qual pedimos a atenção dos profissionais da dança de salão, sobretudo aqueles que buscam pautas nos equipamentos culturais do município do Rio e, especialmente, no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro.

Resumindo o texto abaixo (que nem por isso deve deixar de ser lido): o secretário de cultura do município do Rio determinou a EXTINÇÃO DA GERÊNCIA DE DANÇA da SMC, uma grande conquista de nosso segmento cultural na gestão de Emílio Kalil, e determinou mudanças significativas no Centro Coreográfico. O objetivo da reunião é somar forças para reivindicar da SMC que sejam mantidas as poucas conquistas da dança carioca e reafirmar linhas de atuação política de nosso segmento.

O Jornal Falando de Dança apoia a iniciativa por entender que somente a união da classe conduzirá a políticas culturais efetivas em prol da dança carioca. Seja um profissional esclarecido e consciente e faça um esforço para estar presente.

Detalhes:
Reunião às 19h, quarta, dia 20/02
Local: Casa de Pedra, R. Major Rubens Vaz, 436 (próximo à Praça Santos Dumont, no Jardim Botânico)

Seguem os textos recebidos:

-------Mensagem original recebida de Roberto Anderson -------

Prezados,

Após muitas trocas de e-mails e postagens em diversos grupos no Face, ficou acertada uma reunião nesta próxima quarta-feira, dia 20, às 19h, na Casa de Pedra, à Rua Major Rubens Vaz, 436. A pauta da reunião é a discussão dos últimos acontecimentos na Secretaria de Cultura do Município com relação à área da dança, a saber (alguns tópicos):

- A gerência de dança, criada no início da administração Paes está sendo extinta;
- A criação dessa gerência foi uma reivindicação da classe que se ressentia da falta de um olhar apropriado para suas questões dentro da estrutura da secretaria;
- A atual gerente, Diana de Rose, está sendo deslocada para o Centro Coreográfico (antes ela já acumulava a gerência com a direção do CCRJ);
- Para que esta operação ocorresse, o Diogo Oliveira, que fazia a produção executiva no Centro Coreográfico, foi demitido (ele era pago por uma OS e a Diana passará a receber este salário - que é baixo, por sinal);
- A Secretaria não tem tratado a gestão do Centro Coreográfico com a devida importância. Não há o reconhecimento da necessidade de uma direção artística que proponha atividades próprias;
- Com a extinção da gerência de Dança, o Centro Coreográfico será vinculado à gerência de Centros Culturais (será tratado como a lona cultural da Tijuca?);
- O Diogo Oliveira, que foi dispensado, é uma pessoa querida pela classe e que fez um bom trabalho nos anos que esteve no Centro Coreográfico;
- Com a saída do produtor executivo, o cargo a ser ocupado pela Diana estará apequenado, já que essa pessoa terá que se ocupar também da gestão executiva, podendo comprometer sua capacidade de pensar as atividades do Centro Coreográfico;
- A Diana de Rose é pessoa querida pela classe e tem sido colocada a par de toda esta movimentação (não há mal estar em relação a ela). Ela não deverá ir à reunião em razão do seu cargo, mas divulgará um relatório de atividades;
- Não há previsão de recursos para o Centro Coreográfico realizar atividades próprias no ano que entra;
- Há uma proposta para que se defina uma ida ao Secretário de Cultura para conversar e expor as propostas da classe para a área da Dança.

É importante não esquecer a importância que representou a conquista do Centro Coreográfico e o seu enorme potencial, infelizmente ainda pouco realizado (imagino que a escolha do nome deve ter tido relação com a centralidade que a criação deveria ter no novo espaço). O que se deseja que ele seja? Apenas um local para ensaios ou algo mais?

O Centro Coreográfico conta com uma estrutura invejável (esta é uma expressão literal, já que poucas áreas têm algo assim). Tem salas de ensaios, auditório, cafeteria, pequena videoteca, e apartamentos para visitantes. Sua concepção se inspira um pouco no Centre National de la Danse em Paris - http://www.cnd.fr/site.php   Mas nenhum prefeito ou secretário de cultura até hoje compreendeu o seu potencial.

Até quarta-feira na Casa de Pedra (ou antes, na reunião do Reage Artista na Casa da Glória no dia 18.02)

Roberto Anderson
ps- reproduzo abaixo uma postagem do João Saldanha que considero que traz boas contribuições ao debate

 ------- mensagem do coreógrafo João Saldanha ------
  
   Quanto a ser importante, somos todos, acho que é bem distinto de ser expressivo e no caso essa crítica não cabe só a gerência de dança, mas a todos nós que ficamos conformados com uma ação tão etreita como a do FADA. Acho perigoso discutir a partir de uma ação tomada por um secretário ainda mais pleitear cargos de confiança.

   Cabe a nós, sim, indicarmos e manifestarmos a importância de uma gerência de dança, não sei se chegou a ter esse tipo de conversa com o secretário de cultura quando ocorreu essa modificação, mas é preciso ser bem direto nas questões que estão precárias para a efetivação de um real mercado de trabalho, como por exemplo:

a) não estarmos considerando um edital a única ação cultural
b)definição das políticas para distintos projetos sem que tenhamos que disputar o mesmo espaço com festivais ou trabalhos amadores
c) incentivo para novos criadores proporcionais ao orçamento
d) política de subvenção para companhias de dança
e) maior destribuição dos equipamentos do municipio e definição de temporadas afirmando o CCRJ como um espaço para criação e não como o espaço único da dança carioca
f) bolsas para pesquisa
g) fomento, difusão e circulação de trabalhos
h) edição de livros ou ensaios escritos e bancos de dados relativos a memória da dança carioca
i) manutenção dos espaços públicos com especificidades para a arte de dançar tais como piso apropriado e tempo necessário para montagens e desmontagens dos trabalhos.

Apenas mais uma colocação, acho que a ação ser definida como uma reação uma bandeira pois demonstra um certa desatenção ao fato de que houve uma mudança num cargo público (me refiro a mudança do secretário) e quando isso ocorre é preciso ser veloz para que não hajam surpresas. Quando agimos, estamos exercendo nosso direito pleno de colocarmos questões que servem de base para um diálogo.

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