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Quer entrar no clima de um sarau em Santa Tereza? Então curta um baile de tango (grátis) no casarão de Laurinda Santos Lobo!



Numa organização do Instituto Brasileiro do Tango (Paulo Araújo) e da Casa do Tango (André Carvalho), o evento acontecerá domingo, dia 18/03, e compreenderá uma aula aberta de tango, às 16h, uma oficina de dança, apresentações, música ao vivo, prática e performances, numa atmosfera que remete ao início do século passado, quando Santa Teresa atraía artistas e aristocratas para os saraus e encontros promovidos pela mecenas Laurinda Santos Lobo, que dá nome ao centro cultural municipal (veja detalhes históricos a seguir).  Nos veremos lá. Enquanto isso, role a tela e conheça um pouco da história do casarão e da grande dama que lhe empresta o nome.

Serviço:
Tango & Entorno
Informações: (21) 3970-2457 begin_of_the_skype_highlighting            (21) 3970-2457      end_of_the_skype_highlighting
Domingo, 18/03/2012, das 16 às 21:30h
Centro Cultural Laurinda Santos Lobo – R. Monte Alegre, 306 – Santa Teresa – tel. 2242-9741

Um pouco de história

O Casarão

O Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, ativado em 1979, está instalado em magnífico casarão típico da paisagem de Santa Tereza no início do século 20, mas não era a residência de Laurinda, que morava na Rua Murtinho Nobre nº 169, no palacete que hoje constitui o equipamento cultural municipal Parque das Ruínas.

O casarão da Rua Monte Alegre, que hoje abriga três salas de exposições, um auditório, uma sala de vídeo e o acervo fotográfico referente à Laurinda Santos Lobos, foi mandado erguer pela Baronesa de Parina, em 1907, no local onde existiu um imóvel desde 1884. Depois foi comprado pelo general Pinheiro Machado, um dos mais influentes políticos brasileiros do início do século 20, que o presenteou ao amigo Joaquim Lima Pires, antigo senador do Império. Com o senador, o palacete sofreu reformas, como a instalação de um enorme aguário cercado por estátuas de animais em cerâmica e um placo, onde conjuntos musicais se apresentavam nos dias de festa.  Do antigo aquário não restou nenhum vestígio.  No final da década de 1970 a casa comprada pela Prefeitura dos herdeiros do senador. (fonte: www.rioecultura.com.br).

A Rua Monte Alegre

A rua é uma das principais vias de ligação do bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Inicia-se no cruzamento com a Rua do Riachuelo, no bairro de Fátima, até o cruzamento com a Rua Aarão Reis, em Santa Teresa. Nesta rua situam-se interessantes pontos turísticos e de conveniência do bairro: o Museu Casa de Benjamin Constant, um dos mentores do positivismo no Brasil e colaborador da formação da República do Brasil; a Biblioteca e Centro Cultural Laurinda Santos Lobo; além da Igreja Ortodoxa Russa no Rio de Janeiro. O Posto de Saúde Ernani Agricola, alguns bares e restaurantes também estão localizados nesta rua. A origem de seu nome ainda é desconhecida e sua formação data da década de 1940, segundo alguns registros históricos e fotos, na atual configuração. Alguns imóveis situados nesta rua têm origem no final do século XIX, após o ano de 1850. (fonte: wikipedia).


A Mecanas

Laurinda Santos Lobo (Cuibá, 04/05/1878 – Rio de Janeiro, 1946) foi uma mulher à frente de seu tempo, conhecida por seu mecenato, que incluía ajuda a artistas mal vistos pela sociedade do Rio de Janeiro das primeiras décadas do século 20 (um escândalo, à época, foi quando Silvio Caldas tocou violão em um de seus saraus).  Presidiu o Conselho da Federação Brasileira para o Progresso Feminino e usava seu prestígio em prol das lutas feministas.

Durante a década de 1920, Laurinda promoveu encontros do Modernismo em seu palacete, levantou verbas que permitiram ao maestro e compositor Villa-Lobos se projetar em Paris, em 1924, e apoiou muitos pintores. De educação requintada e um pouco extravagante (dizia-se que suas roupas, compradas em Paris, serviriam mais para palco do que para a vida social), era sobrinha de Francisco Murtinho, ministro da fazenda do governo Campos Salles, de quem herdou a fortuna e a companhia Mate-Laranjeira.  Muito rica, passeava por Santa Tereza usando um de seus três carros, numa época em que o bairro não dispunha de nenhum, e passava temporadas em Paris, onde mantinha residência e onde recebia artistas brasileiros em busca de projeção internacional.

Enquanto foi viva, a “Diva dos Salões”, ou “Marechala da Elegância”, como lhe referiam alguns cronistas de época, promovia animados encontros em seu palacete, e seus saraus movimentavam a vida cultural de Santa Tereza e do Rio de Janeiro. Morta, seu legado foi saqueado (v. abaixo), sua casa virou ruína e a titular do mais famoso salão lítero-musical da República Vellha foi esquecida, até ter a memória resgatada por Hilda Machado, em seu livro “Laurinda Santos Lobo: mecenas, artistas e outros marginais em Santa Teresa”. Ficaram as ruínas e sua deslumbrante paisagem com vista panorâmica de nossa Cidade Maravilhosa.




O Palacete Murtinho Nobre: do esplendor à ruína

A história do palacete da rua Murtinho Nobre nº 169, do qual só restaram ruínas, é um exemplo do descaso do poder público com nossos bens históricos.  Fosse numa cidade europeia, nossos casarões, que guardam momentos importantíssimos da história do Brasil, estariam bem preservados, iluminados, vigiados, e servindo ao turismo cultural, que sustenta financeiramente tantas cidades do velho continente.

Mas voltando ao palacete Murtinho Nobre, como era conhecido, ele foi residência de Joaquim Murtinho (Cuiabá, 7/12/1848 – Rio de Janeiro, 18/11/1911), médico de grandes figuras da República Velha e famoso por restaurar as finanças republicanas no governo Campos Sales (1898-1902), de quem foi ministro da fazenda. Engenheiro civil, doutor em medicina (especializado em homeopatia), professor catedrático da Escola Politécnica e vice-presidente do senado, amparou sua irmã, mãe de Laurinda Santos Lobo, após a morte do marido, e deixou seus bens para a sobrinha que, a partir de sua morte, abriu os salões para eventos sociais.

Após a morte de Laurinda, em 1946, sem deixar descendentes, sua mãe (falecida em 1960, aos 92 anos) e o padrasto (falecido no ano seguinte) continuaram vivendo no casarão.  Após a morte dos moradores, seguiu-se uma polêmica judicial pela posse do imóvel, que só seria concedida ao Instituto Hahnemanniano em 1965.


Nesse interim, como a casa ficou sem vigilância, ela foi constantemente saqueada, com caminhões à porta, levando o que havia de valor no palacete (o que ainda acontece com imóveis tombados pelo patrimônio histórico e com nossas igrejas). Sem manutenção e sujeita às intempéries, o belo palacete foi se deteriorando, sofreu com invasão de sem-tetos e finalmente ficou em ruínas, virando local para esconderijo e consumo de drogas.  


Após constantes reclamações dos moradores do bairro e por sugestão de um grupo de moradores ilustres de Santa Teresa, liderados pelo teatrólogo Paschoal Carlos Magno, a prefeitura desapropriou a casa em 1979, mas sua restauração já não era mais possível. Optou-se, então, por aproveitar suas ruínas como parte integrante de um novo conceito arquitetônico.  


O Parque das Ruínas foi inaugurado em 1993, como espaço para exposições e projeções fotográficas, oficinas de dança e música, apresentações teatrais, atividades infantis, recitais e eventos diversos ao ar livre.

Curiosidade
A mansão original de Laurinda Santos Lobo (hoje “Parque das Ruínas”), bem como a de seu vizinho, o empresário Raymundo de Castro Maya (atual Museu Chácara do Céu), inspiraram as locações do primeiro filme estreado por Carmem Miranda em Hollywood.  Carmen Miranda sabia muito pouco inglês e precisou decorar as falas foneticamente antes das filmagens. O filme, That Night in Rio, é uma comédia musical de 1941, contém músicas brasileiras, e aqui foi distribuído com o nome “Uma Noite no Rio”. (fonte: wikipedia)

Leia mais: nossos posts sobre personagens da nossa história (da dança de salão) ... AQUI.

Leia também nossos posts "Um pouco de história" ... AQUI

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