Mário Jorge, o Rei dos Salões
Ele foi um dos maiores dançarinos – se não o maior – de nossos salões. Isto dito por inúmeras testemunhas que o viram criar nas pistas movimentos hoje incorporados definitivamente aos ritmos dançados a dois. Um trágico acidente o retirou das pistas e ele virou lenda. Décadas mais tarde, ao ser homenageado em um evento, eis que ele encontra a mulher da sua vida, que o ajudaria em sua reabilitação e o colocaria novamente sob as luzes dos holofotes.
Estamos falando de MÁRIO JORGE MESSIAS MATOS, o “rei dos salões”, como era chamado nos anos sessenta, que recentemente oficializou sua união com D. Íris Neira, queridíssima administradora da Academia Carlos Bolacha. Foi o casamento mais comentado dos últimos tempos (foto abaixo). “Nem provei do buffet, pois não paravam de nos fotografar”, comentou Íris.
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Empenhada em pesquisar e divulgar a história do marido (“muitas fotos se perderam e, dos filmes, só consegui recuperar dois, que precisam ser restaurados”), Íris prontamente nos forneceu toda a documentação em seu poder e Mário Jorge nos concedeu a entrevista que se segue. “Pode perguntar tudo o que quiser e colocar na Internet. Assim as gerações futuras saberão quem inovou a dança de salão”, declarou-nos, orgulhosa, a recém-casada.
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Segue, então, a entrevista, organizada por tópicos, e completada em 20 de dezembro de 2007, após contatos telefônicos para esclarecimento e checagem de dados. As fotos são o que restou do acervo pessoal do entrevistado, cobrindo eventos da década de sessenta, no Rio (destaque para o encontro com Sammy Davis Jr, ali registrado), em Porto Alegre, no Uruguai, em Londres e a homenagem recebida em 2005 pelo grupo de dançarinos da época de ouro da dança de salão, "Os Mais da Gafeira", em evento organizado por Carlos Bolacha na casa de shows Asa Branca (foto colorida).
Idade, escolaridade e atividade profissional
Tenho 68 anos, nasci em 13 de agosto de 1939. Fiz o ensino básico completo e fui vendedor externo das Casas Masson (jóias) e das Páginas Amarelas (lista telefônica comercial). Fui professor de dança em São Paulo e na Argentina.
Quando começou a dançar e onde
Minha mãe dançava muito bem, foi ela quem me ensinou. Desde criança ia às festas e todos batiam palmas. Cansei de ser carregado no colo. Em 1955 ou 1956, o rock chegou ao Brasil e eu e outros dançávamos na porta do Cine Imperator do Meyer. Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Tim Maia cantavam imitando os cantores americanos de rock.
Sobre o início da carreira como dançarino e suas parceiras, dentre as quais Jacira Miranda, a “Mudinha” (ela era surda-muda)
Dancei rock por muito tempo e fiz dez filmes com a turma. Com menos de dezoito anos (fins da década de 50) me deixaram entrar num dancing (o Dancing Brasil). Foi lá que conheci a Muda. Comecei a inventar passos de samba lá no dancing (por causa da minha experiência com o rock) e todos aplaudiram. Como a Muda era dama fácil de ser conduzida, convidei-a para ser minha parceira na dança de salão. Antes do rock, foi a Lúcia. Depois a Léa, com quem fiz filme. Daína era samba. Fiquei com a Muda 20 anos, dançando todos os ritmos (foto ao lado, tirada em 1960, em Porto Alegre). Perguntam sempre como ela conseguia dançar sendo surda-muda. Eu respondo: a dama só precisa ser leve, se deixar levar, porque quem conduz é o cavalheiro. E minha condução era ótima. Inventei muitos passos com ela justamente porque ela se deixava conduzir.
Sobre as academias de dança então existentes e os bailes mais populares da época Na época as academias eram Morais e Joel de Almeida. Em São Paulo o destaque era o professor Amorete. Os bailes mais freqüentados eram o Primeiro de Maio, Lígia, Centrinho, Greipe da Penha e o Trinta de Maio.
Sobre o acidente que interrompeu sua carreira, em 1978, e sobre a família
Eu ia treinar com a Daína e fui comprar discos de tango e samba no Méier. Ao atravessar a rua, fui atropelado por um ônibus (NR: aqui Mário Jorge exibe o boletim policial registrando a ocorrência). Fiquei dois meses em coma. Tive traumatismo craniano, saí com seqüelas. Perdi olfato, fiquei com problemas na voz e na condução motora do lado esquerdo. Fui aposentado por invalidez. Muitas pessoas do meio, que não procuraram saber o que aconteceu, especularam a respeito. Alguns diziam que eu tinha tido um AVC. Outros, que me envolvera numa briga de bar. Ainda hoje, quando sinto sonolência devido aos medicamentos que tomo contra convulsões, outra seqüela do acidente, as más línguas dizem que estou bêbado! Fui casado durante dezessete anos. Devido ao acidente – estava mais morto do que vivo – minha esposa falava que não ia perder a mocidade dela comigo, que queria a separação. Fui morar com a minha antiga dama, Lúcia, que não via há 25 anos. Tive um filho com ela. Dez anos depois, ela morreu. Meu filho trabalha e estuda. Do primeiro casamento tenho um filho, Mário Jorge, que é conhecido por Mariozinho (era meu apelido quando dançava). Ele trabalha na Globo.
Sobre sua carreira antes do acidente
Apareci muito no canal 13, no programa “Hoje é dia de Rock”, de Hilton Franco. Ganhei o concurso “Os melhores da semana”, no programa Airton Rodrigues, dançando samba. Fiz apresentações no Teatro das Bandeiras. Participei do programa de César de Alencar, na Rádio Nacional, e me exibi no Chacrinha, com a parceira Lúcia. Fiz muitas viagens, me apresentando e dando aulas. São Paulo, Rio Grande do sul... enfim, todos os estados, do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Fiz muitas apresentações no Rio, na Night and Day e no Hotel Serrador (foto do início da postagem). Estava na boate Freds, contratado por Carlos Machado, quando conheci Sammy Davis Junior (foto ao lado). Ele ficou empolgado me vendo dançar e queria me levar para os Estados Unidos. Como tinha muitos contratos aqui, eu não aceitei. Mas antes já tinha viajado a Europa toda! E a América! Em Nova Iorque, eu dançava gafieira num show, com a Muda, e qual não foi a minha surpresa quando apareceu Fred Astair e pediu para entrar no show sapateando! Acabado o show, a Muda foi para o camarim. Aí eu vi a Cid Charisse (então parceira do Fred Astaire) na coxia. Tirei-a para dançar. Como era de se esperar, não tinha molejo. Só as damas brasileiras têm. E, para completar aquela noite, entra em cena Frank Sinatra, batendo palmas!
Sobre sua contribuição para os novos movimentos na dança de salão
Eu era um bom dançarino de rock. Mas com o tempo descobri que dançar samba era melhor negócio, conseguia muitos contratos com o samba. Todo baile que ia, pediam para dançar samba e era um sucesso. Eu dançava uma hora e não repetia passos. No samba, comecei a dançar soltando a dama, como fazia no rock. Aí, como eles gostavam de me imitar, foi pegando. Acho que foi assim que começou o soltinho, pois eu fazia a mesma coisa no swing, que, para os brasileiros, era um rock sofisticado. Isso numa época em que era proibido soltar a dama no salão! Eu ia para os bailes e o diretor social pedia: “Mário Jorge, não solta a dama, vou ser chamado a atenção porque eu não posso mandar você parar, nem botar para a rua”. Não podia mesmo, porque todos estavam aplaudindo.
Sobre as inovações no samba de gafieira
Antigamente se dançava, não pulava. Das figuras no samba, tinha o “puladinho” (que, apesar do nome, não era para pular mas para dar balanço) e tinha o “balão apagado”. Foi quando comecei a inventar passos como a bicicleta, o pica-pau, a casca de banana, o jacaré e o sabiá. Eu sabia executá-los porque era bamba em rock e o rock já jogava a dama para o alto. Mas tinha que saber fazer, na ginga! Eu sempre disse e digo: se dançar é fazer acrobacia, o palhaço Carequinha seria o máximo na dança.
Sobre a lendária cena do samba sobre a mesa
Isso foi há cinqüenta anos! Fui a um aniversário de quinze anos. O salão muito cheio! Pediram-me para dançar com a Muda (Jacira) como presente. Mas não tinha espaço. Puxei a mesa e dançamos samba em cima dela!
Sobre seus conterrâneos mais destacados na pista
Na época era o Esquerdinha, o Francis, o Maurício Barbosa. Mas ao meu ver quem dançava bonito, com ritmo e elegância, era o Carlinhos Maracanã. Mas eu era imbatível. Certa vez, estavam Esquerdinha e o Francis no salão. Eu disse para eles: “vou dançar melhor do que vocês!” Falei e cumpri, botei todo mundo no bolso. Isso o Luiz Ventura, que era presidente do Clube Primeiro de Maio, dizia e diz até hoje. A Valéria Barreiros (atual presidente do Helênico Clube) era uma grande referência como dama e ainda é.
Sobre sua carreira após o acidente
Três meses depois do acidente, fui liberado pelo médico. Bolinha me convidou para um show no Orfeão Portugal com a Muda. Depois ainda dancei no Clube da Aeronáutica (Campos dos Afonsos). Fiz um show de tango no Clube Federal, com Ubirajara Silva, pai do Itaiguara. Fiz shows na AABB também. Doze anos depois do acidente eu andava perfeito. Tenho um filme dessa época, no River, onde fui homenageado, e todos os dançarinos da época. Mas como ninguém teve a preocupação de me recuperar, fui atrofiando, sem exercícios, e parei de vez. Voltei em 2005, com uma homenagem do Bolacha, no Asa Branca (foto acima). Foi quando conheci a Íris.
Sobre sua nova companheira
Deus botou a Íris no meu caminho há dois anos e sete meses. Foi quando compreendi que tudo que tinha acontecido era porque Ele tinha algo reservado para mim e que era tão bom assim – a minha atual esposa, Íris. Ela me deu energias, me ajudando com a minha recuperação, me levando na ABBR e em outros especialistas. Mas o cartão que fiz para ela, no dia do casamento, diz tudo:
“Íris, ter você ao meu lado é poder acreditar que tudo é possível. Você é aquele milagre que somente ocorre uma vez na vida – e aconteceu comigo. Sua presença ao meu lado é a certeza de que um sonho pode ser realizado, pois, até o dia em que nos encontramos, você era exatamente isso: um sonho”.
Gente!!!!! O amor é ou não é lindo?
Ele foi um dos maiores dançarinos – se não o maior – de nossos salões. Isto dito por inúmeras testemunhas que o viram criar nas pistas movimentos hoje incorporados definitivamente aos ritmos dançados a dois. Um trágico acidente o retirou das pistas e ele virou lenda. Décadas mais tarde, ao ser homenageado em um evento, eis que ele encontra a mulher da sua vida, que o ajudaria em sua reabilitação e o colocaria novamente sob as luzes dos holofotes.
Estamos falando de MÁRIO JORGE MESSIAS MATOS, o “rei dos salões”, como era chamado nos anos sessenta, que recentemente oficializou sua união com D. Íris Neira, queridíssima administradora da Academia Carlos Bolacha. Foi o casamento mais comentado dos últimos tempos (foto abaixo). “Nem provei do buffet, pois não paravam de nos fotografar”, comentou Íris.
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Empenhada em pesquisar e divulgar a história do marido (“muitas fotos se perderam e, dos filmes, só consegui recuperar dois, que precisam ser restaurados”), Íris prontamente nos forneceu toda a documentação em seu poder e Mário Jorge nos concedeu a entrevista que se segue. “Pode perguntar tudo o que quiser e colocar na Internet. Assim as gerações futuras saberão quem inovou a dança de salão”, declarou-nos, orgulhosa, a recém-casada.
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Segue, então, a entrevista, organizada por tópicos, e completada em 20 de dezembro de 2007, após contatos telefônicos para esclarecimento e checagem de dados. As fotos são o que restou do acervo pessoal do entrevistado, cobrindo eventos da década de sessenta, no Rio (destaque para o encontro com Sammy Davis Jr, ali registrado), em Porto Alegre, no Uruguai, em Londres e a homenagem recebida em 2005 pelo grupo de dançarinos da época de ouro da dança de salão, "Os Mais da Gafeira", em evento organizado por Carlos Bolacha na casa de shows Asa Branca (foto colorida).
Idade, escolaridade e atividade profissional
Tenho 68 anos, nasci em 13 de agosto de 1939. Fiz o ensino básico completo e fui vendedor externo das Casas Masson (jóias) e das Páginas Amarelas (lista telefônica comercial). Fui professor de dança em São Paulo e na Argentina.
Quando começou a dançar e onde
Minha mãe dançava muito bem, foi ela quem me ensinou. Desde criança ia às festas e todos batiam palmas. Cansei de ser carregado no colo. Em 1955 ou 1956, o rock chegou ao Brasil e eu e outros dançávamos na porta do Cine Imperator do Meyer. Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Tim Maia cantavam imitando os cantores americanos de rock.
Sobre o início da carreira como dançarino e suas parceiras, dentre as quais Jacira Miranda, a “Mudinha” (ela era surda-muda)
Dancei rock por muito tempo e fiz dez filmes com a turma. Com menos de dezoito anos (fins da década de 50) me deixaram entrar num dancing (o Dancing Brasil). Foi lá que conheci a Muda. Comecei a inventar passos de samba lá no dancing (por causa da minha experiência com o rock) e todos aplaudiram. Como a Muda era dama fácil de ser conduzida, convidei-a para ser minha parceira na dança de salão. Antes do rock, foi a Lúcia. Depois a Léa, com quem fiz filme. Daína era samba. Fiquei com a Muda 20 anos, dançando todos os ritmos (foto ao lado, tirada em 1960, em Porto Alegre). Perguntam sempre como ela conseguia dançar sendo surda-muda. Eu respondo: a dama só precisa ser leve, se deixar levar, porque quem conduz é o cavalheiro. E minha condução era ótima. Inventei muitos passos com ela justamente porque ela se deixava conduzir.
Sobre as academias de dança então existentes e os bailes mais populares da época Na época as academias eram Morais e Joel de Almeida. Em São Paulo o destaque era o professor Amorete. Os bailes mais freqüentados eram o Primeiro de Maio, Lígia, Centrinho, Greipe da Penha e o Trinta de Maio.
Sobre o acidente que interrompeu sua carreira, em 1978, e sobre a família
Eu ia treinar com a Daína e fui comprar discos de tango e samba no Méier. Ao atravessar a rua, fui atropelado por um ônibus (NR: aqui Mário Jorge exibe o boletim policial registrando a ocorrência). Fiquei dois meses em coma. Tive traumatismo craniano, saí com seqüelas. Perdi olfato, fiquei com problemas na voz e na condução motora do lado esquerdo. Fui aposentado por invalidez. Muitas pessoas do meio, que não procuraram saber o que aconteceu, especularam a respeito. Alguns diziam que eu tinha tido um AVC. Outros, que me envolvera numa briga de bar. Ainda hoje, quando sinto sonolência devido aos medicamentos que tomo contra convulsões, outra seqüela do acidente, as más línguas dizem que estou bêbado! Fui casado durante dezessete anos. Devido ao acidente – estava mais morto do que vivo – minha esposa falava que não ia perder a mocidade dela comigo, que queria a separação. Fui morar com a minha antiga dama, Lúcia, que não via há 25 anos. Tive um filho com ela. Dez anos depois, ela morreu. Meu filho trabalha e estuda. Do primeiro casamento tenho um filho, Mário Jorge, que é conhecido por Mariozinho (era meu apelido quando dançava). Ele trabalha na Globo.
Sobre sua carreira antes do acidente
Apareci muito no canal 13, no programa “Hoje é dia de Rock”, de Hilton Franco. Ganhei o concurso “Os melhores da semana”, no programa Airton Rodrigues, dançando samba. Fiz apresentações no Teatro das Bandeiras. Participei do programa de César de Alencar, na Rádio Nacional, e me exibi no Chacrinha, com a parceira Lúcia. Fiz muitas viagens, me apresentando e dando aulas. São Paulo, Rio Grande do sul... enfim, todos os estados, do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Fiz muitas apresentações no Rio, na Night and Day e no Hotel Serrador (foto do início da postagem). Estava na boate Freds, contratado por Carlos Machado, quando conheci Sammy Davis Junior (foto ao lado). Ele ficou empolgado me vendo dançar e queria me levar para os Estados Unidos. Como tinha muitos contratos aqui, eu não aceitei. Mas antes já tinha viajado a Europa toda! E a América! Em Nova Iorque, eu dançava gafieira num show, com a Muda, e qual não foi a minha surpresa quando apareceu Fred Astair e pediu para entrar no show sapateando! Acabado o show, a Muda foi para o camarim. Aí eu vi a Cid Charisse (então parceira do Fred Astaire) na coxia. Tirei-a para dançar. Como era de se esperar, não tinha molejo. Só as damas brasileiras têm. E, para completar aquela noite, entra em cena Frank Sinatra, batendo palmas!
Sobre sua contribuição para os novos movimentos na dança de salão
Eu era um bom dançarino de rock. Mas com o tempo descobri que dançar samba era melhor negócio, conseguia muitos contratos com o samba. Todo baile que ia, pediam para dançar samba e era um sucesso. Eu dançava uma hora e não repetia passos. No samba, comecei a dançar soltando a dama, como fazia no rock. Aí, como eles gostavam de me imitar, foi pegando. Acho que foi assim que começou o soltinho, pois eu fazia a mesma coisa no swing, que, para os brasileiros, era um rock sofisticado. Isso numa época em que era proibido soltar a dama no salão! Eu ia para os bailes e o diretor social pedia: “Mário Jorge, não solta a dama, vou ser chamado a atenção porque eu não posso mandar você parar, nem botar para a rua”. Não podia mesmo, porque todos estavam aplaudindo.
Sobre as inovações no samba de gafieira
Antigamente se dançava, não pulava. Das figuras no samba, tinha o “puladinho” (que, apesar do nome, não era para pular mas para dar balanço) e tinha o “balão apagado”. Foi quando comecei a inventar passos como a bicicleta, o pica-pau, a casca de banana, o jacaré e o sabiá. Eu sabia executá-los porque era bamba em rock e o rock já jogava a dama para o alto. Mas tinha que saber fazer, na ginga! Eu sempre disse e digo: se dançar é fazer acrobacia, o palhaço Carequinha seria o máximo na dança.
Sobre a lendária cena do samba sobre a mesa
Isso foi há cinqüenta anos! Fui a um aniversário de quinze anos. O salão muito cheio! Pediram-me para dançar com a Muda (Jacira) como presente. Mas não tinha espaço. Puxei a mesa e dançamos samba em cima dela!
Sobre seus conterrâneos mais destacados na pista
Na época era o Esquerdinha, o Francis, o Maurício Barbosa. Mas ao meu ver quem dançava bonito, com ritmo e elegância, era o Carlinhos Maracanã. Mas eu era imbatível. Certa vez, estavam Esquerdinha e o Francis no salão. Eu disse para eles: “vou dançar melhor do que vocês!” Falei e cumpri, botei todo mundo no bolso. Isso o Luiz Ventura, que era presidente do Clube Primeiro de Maio, dizia e diz até hoje. A Valéria Barreiros (atual presidente do Helênico Clube) era uma grande referência como dama e ainda é.
Sobre sua carreira após o acidente
Três meses depois do acidente, fui liberado pelo médico. Bolinha me convidou para um show no Orfeão Portugal com a Muda. Depois ainda dancei no Clube da Aeronáutica (Campos dos Afonsos). Fiz um show de tango no Clube Federal, com Ubirajara Silva, pai do Itaiguara. Fiz shows na AABB também. Doze anos depois do acidente eu andava perfeito. Tenho um filme dessa época, no River, onde fui homenageado, e todos os dançarinos da época. Mas como ninguém teve a preocupação de me recuperar, fui atrofiando, sem exercícios, e parei de vez. Voltei em 2005, com uma homenagem do Bolacha, no Asa Branca (foto acima). Foi quando conheci a Íris.
Sobre sua nova companheira
Deus botou a Íris no meu caminho há dois anos e sete meses. Foi quando compreendi que tudo que tinha acontecido era porque Ele tinha algo reservado para mim e que era tão bom assim – a minha atual esposa, Íris. Ela me deu energias, me ajudando com a minha recuperação, me levando na ABBR e em outros especialistas. Mas o cartão que fiz para ela, no dia do casamento, diz tudo:
“Íris, ter você ao meu lado é poder acreditar que tudo é possível. Você é aquele milagre que somente ocorre uma vez na vida – e aconteceu comigo. Sua presença ao meu lado é a certeza de que um sonho pode ser realizado, pois, até o dia em que nos encontramos, você era exatamente isso: um sonho”.
Gente!!!!! O amor é ou não é lindo?
Comentários
Acho muita graça quando assisto o programa do Faustão, ali ninguém dança nada, só fazem malabarísmo.
Outra coisa muito interessante é que todos os rítmos eles dançam igual.
Precisa de um Mário Jorge naquele júri. O Faustão precisava saber do grande dançarino Mário Jorge.
Pra mim não tem Carlinhos de Jesus nem Jaime . Dança de Salão chama-se MÁRIO JORGE.
FUI DA ÉPOCA DE MARIO JORGE MAS GOSTARIA DE RESSALTAR QUE TRAJANO ASSIM COMO AMAURI ERAM E AINDA NÃO APARECEU NINGUÉM QUE POSSA PASSAR PERTO DELES. MAIO JORGE FOI E AINDA É O MELHOR DANÇARINO DO PAÍS. GOSTARIA DE TER O TELEFOE DELE E TAMBÉM FAZER UMA HOMENAGEM A ELE NO MEU BLOG. SERIA UM PRESENTE PARA MIM. O BRASIL DEVERIA SER MAIS PATRIOTA E NÃO ESQUERCER SEUS VERDADEIROS ÍDOLOS.
www.betocritica.blogspot.com
meu e´mail. betocritica@bol.com.br
a famosa Mudinha.
Meu pai falava muito dela e eu sempre tive curiosidade de conhecê-la. Eles se conheceram no dancing.