Pular para o conteúdo principal

Congressos e Workshops


II DANSAL NORDESTE

Duda Vila Nova é professor de danças de salão em Feira de Santana, Bahia. Ele participou do II Dansal, que ocorreu em Natal entre os dias 12 e 14 de outubro, e fez comentários muito interessantes a respeito do evento - positivos e negativos - sobre as aulas, a organização e a etapa nordestina do Salsa Open, na comunidade do Orkut Dança de Salão Bahia. Com a permissão de Duda, editamos a seguir o seu depoimento na comunidade.

PERDEU??? PROBLEMA SEU!!!
Foi muito bom!!!! Para começar, fiquei alojado com a galera mais animada do mundo, que foi a turma de Fortaleza. Até brinquei que tava me sentindo mais cearense que baiano. É incrível como a galera da dança se acolhe e se abraça, mesmo sem nunca se ter visto na vida.
Situações inusitadas: depois de um tempão conversando com um tal de EMANUEL ele pára a conversa no meio e pergunta: "peraí... é tu que é Duda da Bahia?". Aí eu respondo: "sou... porquê?". Ele: " da comunidade?" Eu: "é...". Ele: "P....!!! eu sou o Baruel...".
Como se não bastasse, aconteceu a mesma coisa com a Karla. Depois de um tempão falando sobre o tango, sobre a dança de salão de maneira geral, ela pára, olha para minha cara e pergunta "É tu que é o Duda da Bahia?".
E, pra fechar com chave de ouro... a mesma coisa com o Alex... (aliás o melhor professor de soltino que já conheci). Depois de um tempão conversando é que a gente veio se ligar que era ele o responsável pela galera de Fortaleza e eu era o penetra baiano.... Mas essa parte (apesar de ser a melhor) fica de fora das minhas análises sobre o evento, que farei com base APENAS na programação oficial . Vamos começar com a parte ruim, porque aí a parte boa salva depois.

Dansal ou Dansalsa?
O evento chama-se DanSal Nordeste porque é uma mostra de DANÇA DE SALÃO. Mas bem poderia se chamar Dansalsa nordeste. Adoro Salsa... mas não sei dançar quase nada de salsa. TODOS os bailes do evento privilegiaram não só a SALSA como o fizeram esquecendo totalmente os iniciantes. Só tocou Salsa. E só tocou salsa rápida. Vez por outra aparecia um samba (e sempre samba swing, bem rasgado e rápido), alguns zouks e um ou dois cha cha... mas de resto, SALSA SALSA SALSA SALSA... Tango? Nem em sonho... Soltinho??? Eu tive que improvisar num cha cha cubano que tocou no segundo baile. Os DJs eram muito bons, mas eles estavam fazendo som para um evento de dança de salão. Normal ter muita gente que goste de salsa, por conta do salsa open. Mas não dá pra tocar só que o que enche o salão. Houve workshops de iniciantes, intermediários e avançados em samba, bolero, soltinho, tango, zouk... A gente presumiu que nos bailes a gente ia ter oportunidade de treinar o que aprendeu nos workshops. Lêdo engano. Os bailes foram bons, sim, animados, divertidos, com música boa... Mas se a pessoa não gostasse de salsa, que pegasse o caminho de casa, porque era só que tocava...

Salsa Open: que aperto!
Muito apertado...o teto baixo e um calor infernal. Obviamente Salsa Open é um campeonato que se vende sozinho. Os competidosres são dançarinos de altíssimo nível e não há outra possibilidade senão a de um show MARAVILHOSO. Mas acho que até os competidores ficaram prejudicados com o pouco espaço. Teve uma hora que a Lilli (o último casal que dançou na primeira rodada) quase pisou numa menina que estava sentada ultrapassando a linha demarcada. Errada a menina que estava sentada onde não devia..... Mas estava MUUITO apertado... Talvez ela tenha até sido empurrada pra ficar ali (eu estava assistindo da beiradinha também e quase caio para dentro da pista de dança duas vezes).

CARO!!! CARO!!! CARO!!!
O evento em si foi muito barato. Ficar alojado com a turma de fortaleza, então, foi show. Mas ainda bem que eu estava com minhas garrafinhas de água que eu levei daqui. No evento, uma garrafinha de água custava R$ 3,60, o refrigerante R$ 5,50... Coisa de louco. E sair do hotel pra comprar fora significava perder pelo menos 10 minutos da aula (que só tinham 30 minutos). Sorte a minha que estava preparado... Azar de quem achou que as coisas custassem pelo menos um pouquinho menos...(antes de continuar, sei que isso não é de responsabilidade da organização do evento... só estou dizendo o que teve de ruim)

PARTE BOA!!

A parte boa do evento foi todo o resto. Como eram sempre duas oficinas simultâneas, às vezes a gente ficava agoniado porque queria ver as duas.... mas isso a gente tirava de letra.

1-Aulas não estilizadas
AMEI as aulas que não eram dedicadas à um ritmo ou estilo de dança específico, como a primeira, de consciência corporal, do professor Alex e da profesora Islânia, de Fortaleza. Foi uma aula espetacular, daquelas imprescindíveis a qualquer um que deseje levar a dança de salão mais à sério. O mesmo dá para falar da aula de equilíbrio do professor Roberto e das aulas de bolero, samba e tango do Gustavo Regalado (que, para mim, foi o melhor professor do Dansal, em termos de comportamento didático). A escolha dos professores parece ter sido MUITO criteriosa, porque só teve fera (com uma exceção... mas falo mais tarde... até porque nem conheço o cara direito).

2-Abragência dos níveis
As aulas foram organizadas de forma que as pessoas pudessem optar por pelo menos duas ou mais aulas avançadas e vice-versa, com a oportunidade de reencontrar aquele professor em uma outra aula no segundo ou terceiro dia caso optasse por outra aula. A logística do evento foi impecável (nem sei se foi proposital, mas achei super interessante isso).

3- Apresentações
As apresentações coreográficas com gente de todo o Nordeste, muito bom. Cheguei no finalzinho da apresentação do Alexei e do Elder. Reconheci a música de outras apresentações do Alexei, mas nem sei se eles mexeram na coreografia. Muita, muita apresentação de salsa, todas muito boas. A apresentação de Tango do Tony Palhano e da Goretti foi, para mim, uma das melhores (mas eu sou suspeito, afinal, tango é meu vício).

4- Apoios volantes
Era impossível não achar alguém pra pedir informações sobre alguma coisa relacionada ao evento. A turma da camisa de detalhe azul estava em toda parte. Sempre prontos para tirar qualquer dúvida...

FALANDO DAS AULAS

Deixa eu falar um pouco das aulas que fiz, mas vamos começar pela ÚNICA aula que não gostei.
Para início de conversa, eu nem lembro o nome do cara, acho que minha mente apagou. A aula foi detestável. O cara falava com os alunos como se eles tivessem devendo algum favor para ele. Numa turma que (estava no folheto) era iniciante, ele agia como se todos ali estivessem esperando algo mais elaborado dele. Não explicava direito, dançava mal (o bolero) e era muito marrento. Tive oportunidade de vê-lo dançando nos bailes e reconheço que ele dança muito bem outros ritmos (em especial a salsa). Mas isso não faz dele uma pessoa menos arrogante nem menos antipática.

Passada essa COISA... TODAS as outras aulas foram perfeitas.
  • Fiz uma de samba com Everaldo e Sulema que foi bem legal, sambinha estilo Jimmy, bem divertida a aula.
  • Fiz também duas aulas de zouk. Pois é, eu fiz aulas de zouk... Continuo não sendo muito fã do ritmo, mas devo reconhecer que perdi minha ojeriza ao mesmo. E devo dizer que NUNCA tinha visto um zouk tão bem dançado em toda minha vida. Entender mais profudamente a marcação do zouk e da salsa foram duas das maiores conquistas desse evento pra mim.
  • Fiz uma aula de Forró com um brasiliense-cearense que virou meu mais novo amigo de infância. Michel mostrou o que era forró de verdade, muito show de bola. Altamente didático e totalmente entrosado com a turma. Sem falar que o cara dança muito.
  • Fiz as aulas de tango com o Palhano. Ele tem uma postura incrível e dança um tango que sincroniza o que há de tradicional com o novo com uma maestria que nunca tinha visto no nordeste, alternando entre abraços fechados, abertos e apilados com a facilidade de quem bebe água.
  • Com Gustavo eu fiz aulas de tango, samba e bolero iniciantes. Deu a melhor aula de tango iniciante que já vi. Se um indivíduo não aprender com a metodologia que o Gustavo usa, pode desistir que não aprende mais. Ele começa da caminhada, dos movimentos mais naturais, até chegar na dança.
  • Fiz também a aula de salsa on2 com um tal de Alexei. Aí... hehehehe... dispensa comentários, né? Todo mundo aqui já conhece o trabalho do cara.
  • O Eder deu uma aula de rumba muito legal, mas só vi metade, porque eu estava correndo para outra aula, nem dá para analisar direito. Mas a turma tava falando muito bem.
  • O Ricardo Melo é um show man. As aulas dele são divertidíssimas. A aula de salsa iniciante dele foi muito legal. Ele é bem animado, mas também bem exigente com a execução do movimento.

Enfim, quem não foi perdeu, mesmo!!!

Fotos: (1) Duda Vila Nova (acervo pessoal Duda); (2) Ana Paula e Éder na pista do Salsa Open Nordeste (acervo pessoal Ana Paula); professoras Ana Paula e Islânia, no Dansal (acervo pessoal Ana Paula).

Leia mais:

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Álvaro Reis lança curso de metodologia para o ensino de danças de salão, saiba mais

É hoje! Você já se inscreveu? Começa hoje esta noite, o curso sobre metodologia de ensino Alvaro Reys, na academia do mestre, em Copacabana. O assunto foi destaque de capa da edição de janeiro/2017, em circulação desde o final de dezembro. Clique no link abaixo para acessar a matéria em pdf e saber detalhes. A proposta é passar para os profissionais da dança interessados em se reciclar, ou alunos interessados em se profissionalizar, a metodologia desenvolvida em décadas de ensino por Alvaro Reys. Informa Álvaro: "Ao final, os cursistas terão um novo potencial didático para a realização de seus trabalhos, com a assimilação de novas técnicas que complementarão sua visão profissional sobre o ensino de dançar a dois. É um curso rápido, até porque sei que quem dá aulas não dispõe de muito tempo para se reciclar". Fica a dica. Inf. 98111-3284. Leia AQUI a matéria sobre o curso de Alvaro Reis

Personagens da nossa história: Mário Jorge, o Rei dos Salões

Mário Jorge, o Rei dos Salões Ele foi um dos maiores dançarinos – se não o maior – de nossos salões. Isto dito por inúmeras testemunhas que o viram criar nas pistas movimentos hoje incorporados definitivamente aos ritmos dançados a dois. Um trágico acidente o retirou das pistas e ele virou lenda. Décadas mais tarde, ao ser homenageado em um evento, eis que ele encontra a mulher da sua vida, que o ajudaria em sua reabilitação e o colocaria novamente sob as luzes dos holofotes. Estamos falando de MÁRIO JORGE MESSIAS MATOS, o “rei dos salões”, como era chamado nos anos sessenta, que recentemente oficializou sua união com D. Íris Neira, queridíssima administradora da Academia Carlos Bolacha. Foi o casamento mais comentado dos últimos tempos (foto abaixo). “Nem provei do buffet, pois não paravam de nos fotografar”, comentou Íris. . Empenhada em pesquisar e divulgar a história do marido (“muitas fotos se perderam e, dos filmes, só consegui recuperar dois, que precisam ser restaurados”), Íris

Roteiro das Bandas: Conjunto Aeroporto

CONJUNTO AEROPORTO (Inf. 2280-2356/9994-5580 Sr José ) clique aqui para ver a coleção do Falando de Dança, de vídeos do conjunto Aeroporto AGENDA: veja no link "Roteiro das bandas e dj's patrocinadores" ****************************************************************