- “Quando se quer dançar salsa, zouk, forró ou tango, tem sempre um local que só toca esses ritmos mas o mesmo não acontece com o samba, por que?”
Quem questiona é Jimmy de Oliveira, há vinte anos ministrando aulas de dança e indubitavelmente uma referência no samba de gafieira, para o qual contribuiu de forma inequívoca. Aliás, falar em samba de salão sem citar a contribuição de Jimmy de Oliveira para enriquecer coreograficamente esse ritmo é, no mínimo, desinformação. Mas Jimmy não está satisfeito com o pouco destaque dado ao ritmo e acha que é preciso maior empenho de nossos profissionais de dança para que ele consiga uma projeção internacional como outros ritmos latinos americanos.
- “Viajo muito pelo Brasil e exterior, em shows ou realizando workshops, e quando visito os locais de dança nesses lugares constato a popularidade de ritmos ‘importados’ como a salsa e o tango, internacionalmente conhecidos e executados no salão, e não me conformo de o samba não ter a mesma projeção”.
Para ele, isso se deve à falta de empenho dos professores de dança.
-“Apesar de ser muito requisitado para workshops de samba e de haver congressos e afins sobre esse ritmo, noto que nas aulas normais das academias pouco espaço se dá a esse ritmo tão genuinamente nacional. Daí o iniciante acaba encarando o ritmo como uma dança difícil, quando na realidade a falta de estímulo para sua prática é que provoca essa conclusão – errada. Aliás, aqui no Rio e em São Paulo o que eu mais vejo são bailes exclusivos para forró, salsa e zouk, às vezes com aulas abertas para os iniciantes. Com tanto incentivo à prática desses ritmos, os iniciantes acabam dando preferência a eles, especialmente os mais jovens, futuros dançarinos e professores”.
Para dar sua contribuição à divulgação do samba e sua prática, Jimmy está retornando com seus bailes especificamente dedicados a esse ritmo, com apresentação de profissionais e dançarinos para que a platéia conheça os diferentes estilos de se dançar samba, independentemente do estilo Jimmy de Oliveira. A reestréia ocorrerá nesta sexta-feira, dia 20, a partir das 22h, e contará com apresentações de João Carlos Ramos, Valdeci de Souza e Leo Fortes, representando três estilos diferenciados de se dançar o samba.
-“Não se pode negar que aqui é uma referência no aprendizado de samba. Mas gostaria muito que também se transformasse em um ponto de encontro de dançarinos de vários centros de dança, com o objetivo comum de desenvolver e divulgar o samba. Só com a prática é que o aluno desenvolve seu ritmo, sua ginga, a agilidade de seus passos. E é na pista de dança que o talento vai aflorar e fazer surgir novos “Jimmys”, que darão continuidade à evolução dos movimentos, como aconteceu com o tango, por exemplo. Quero dar essa contribuição ao ritmo e para isso estou realizando esse baile mensal, que batizei de Noite do Samba, a preços bem populares”.
Como amantes desse ritmo, torcemos para que a iniciativa tenha sucesso e estaremos lá para conferir.
Informações sobre os cursos de samba na Ac. Jimmy e sobre o baile Noite de Samba, no tel. 2285-6920.
Nas fotos que ilustram esta matéria, de cima para baixo, alguns flagrantes do mestre: na sacada de sua academia, no Catete; demonstrando um novo passo com a partner e professora Luanda Lins; em aula no II Congresso Internacional de Samba, em Copacabana; com alguns dos participantes de seu workshop Oficina do Samba; no show Brasil Brasileiro com Iolanda Reis; e as instalações de seu espaço de dança, onde o baile será realizado.
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