Assistindo aos jogos do Pan2007, lembrei-me de uma matéria que fiz para uma das edições do Dance News (ed. 75), sobre a dança de salão como uma das modalidades desportivas em jogos organizados pelo Comitê Olímpico. Na época (e também, oportunamente, agora) eu perguntava: você já se imaginou torcendo por uma equipe brasileira de dança nas próximas Olimpíadas? Segue a íntegra da matéria.
Dança de Salão Brasileira x Dança de Salão Internacional
Se você se interessou pelo tema, então, para começar, esqueça tudo que você conhece sobre dança de salão!
Exageros à parte, o fato é que, em termos de competição, não podemos considerar a dança de salão como a conhecemos aqui no Brasil. Pimeiro, porque a dança de salão social, chamada internacionalmente de Ballroom Dance (literalmente, dança de salão), tem caráter recreativo, de lazer e, portanto, é executada de forma livre, comumente se adaptando à comunidade na qual é praticada.
Um bom exemplo ilustrativo é nosso samba, que tem várias formas de ser dançado, acompanhando aspectos regionais, e sofrendo influência de outros ritmos através do trabalho criativo de nossos profissionais de dança.
Agora imagine uma competição de samba sendo disputada por um casal executando uma coreografia de samba-rock, outro de samba de gafieira e um terceiro de samba-chorinho. Que critérios adotar na hora de avaliar a complexidade dos passos, a técnica dos concorrentes?
O exemplo acima é apenas uma forma, digamos, didática, de demonstrar que uma coisa é diversão, lazer, outra coisa é encarar a dança de forma mais séria, visando uma superação física, com muito treinamento e competição, a níveis regionais, nacionais e internacionais.
Um pouco de história
Dançar a dois por muito tempo foi prática exclusiva de nobres e aristocratas nas cortes européias. Entre a plebe o que predominavam eram danças de roda, de quadrinha. Então, as danças de salão estavam ligadas a status social. Foi no final do séc. 19 e início do séc. 20 que o Ballroom, surgido na Inglaterra, se tornou popular para as classes sociais mais baixas, atendendo em salões públicos e reuniões populares.
“As competições de ballroom ganharam popularidade durante a década de 1920”, escreve o professor Manoel Rodrigues, de Recife, no site de sua cia Vivaz Dancesport. “Em 1924 foi fundada a sede da Sociedade Imperial dos Professores de Dança (ISTD). Sua missão era padronizar as músicas, os passos e a técnica do ballroom dancing através dos anos. Com isso o ballroom ganhou incrível popularidade pela Europa, Ásia Ocidental e nas Américas”, continua o professor.
Com a padronização de músicas e passos foi possível, então, estabelecer-se as primeiras regras para competições de dança e a popularidade desses eventos levou à formação de associações, confederações e federações, culminando com a criação da Federação Internacional de Dancesport (IDSF).
A caminho das Olimpíadas
Num esforço para ter os compeonatos de dança incluídos no calendário dos jogos olímpicos, estipulou-se que a dança de salão internacional seria denominada dancespot. “Nos eventos sociais a Dança Esportiva é chamada de Ballroom Dance. Se denomina Dança Esportiva só quando ela parte para a competição. Isso foi um nome criado pela Federação Internacional e pela Sociedade Imperial de Professores de Dança para que fosse mais fácil o Comitê Olímpico considerar a dança esportiva como Desporto Olímpico”, esclarece o professor Manoel Rodrigues, em entrevista concedida ao DN.
Os esforços da IDSF estão dando bons resultados. “Essa confederação internacional já foi reconhecida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) como representante mundial do esporte e, em 2000, em Sidney, houve uma apresentação do esporte para os dirigentes do COI. Espera-se que a modalidade seja inclusa nos Jogos Olímpicos em breve, por apresentar várias características que a predestina para tal: é praticada em quase 90 nações, não requer instalações específicas, é muito vistosa e interessante para transmissões televisivas e é uma modalidade na qual participam homens e mulheres em absoluta paridade”, nos informa a professora Bettina Ried, integrante da Confederação Brasileira de Dança Esportiva.
Fotos, de cima para baixo: fotos 1 e 2, cedidas pela CBDE, flagrantes feitos pelo fotógrafo Johannes Biba, em competições de dancesport; na foto 3, a professora Bettina Riad entre os casais vencedores da Copa Mineira de Dança Esportiva, realizada em novembro de 2005, em Juiz de Fora; na foto 4, o professor Manoel Rodrigues e sua partner, a professora Luiza Helena, há 7 anos divulgando a dança esportiva no Nordeste.
Dança de Salão Brasileira x Dança de Salão Internacional
Se você se interessou pelo tema, então, para começar, esqueça tudo que você conhece sobre dança de salão!
Exageros à parte, o fato é que, em termos de competição, não podemos considerar a dança de salão como a conhecemos aqui no Brasil. Pimeiro, porque a dança de salão social, chamada internacionalmente de Ballroom Dance (literalmente, dança de salão), tem caráter recreativo, de lazer e, portanto, é executada de forma livre, comumente se adaptando à comunidade na qual é praticada.
Um bom exemplo ilustrativo é nosso samba, que tem várias formas de ser dançado, acompanhando aspectos regionais, e sofrendo influência de outros ritmos através do trabalho criativo de nossos profissionais de dança.
Agora imagine uma competição de samba sendo disputada por um casal executando uma coreografia de samba-rock, outro de samba de gafieira e um terceiro de samba-chorinho. Que critérios adotar na hora de avaliar a complexidade dos passos, a técnica dos concorrentes?
O exemplo acima é apenas uma forma, digamos, didática, de demonstrar que uma coisa é diversão, lazer, outra coisa é encarar a dança de forma mais séria, visando uma superação física, com muito treinamento e competição, a níveis regionais, nacionais e internacionais.
Um pouco de história
Dançar a dois por muito tempo foi prática exclusiva de nobres e aristocratas nas cortes européias. Entre a plebe o que predominavam eram danças de roda, de quadrinha. Então, as danças de salão estavam ligadas a status social. Foi no final do séc. 19 e início do séc. 20 que o Ballroom, surgido na Inglaterra, se tornou popular para as classes sociais mais baixas, atendendo em salões públicos e reuniões populares.
“As competições de ballroom ganharam popularidade durante a década de 1920”, escreve o professor Manoel Rodrigues, de Recife, no site de sua cia Vivaz Dancesport. “Em 1924 foi fundada a sede da Sociedade Imperial dos Professores de Dança (ISTD). Sua missão era padronizar as músicas, os passos e a técnica do ballroom dancing através dos anos. Com isso o ballroom ganhou incrível popularidade pela Europa, Ásia Ocidental e nas Américas”, continua o professor.
Com a padronização de músicas e passos foi possível, então, estabelecer-se as primeiras regras para competições de dança e a popularidade desses eventos levou à formação de associações, confederações e federações, culminando com a criação da Federação Internacional de Dancesport (IDSF).
A caminho das Olimpíadas
Num esforço para ter os compeonatos de dança incluídos no calendário dos jogos olímpicos, estipulou-se que a dança de salão internacional seria denominada dancespot. “Nos eventos sociais a Dança Esportiva é chamada de Ballroom Dance. Se denomina Dança Esportiva só quando ela parte para a competição. Isso foi um nome criado pela Federação Internacional e pela Sociedade Imperial de Professores de Dança para que fosse mais fácil o Comitê Olímpico considerar a dança esportiva como Desporto Olímpico”, esclarece o professor Manoel Rodrigues, em entrevista concedida ao DN.
Os esforços da IDSF estão dando bons resultados. “Essa confederação internacional já foi reconhecida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) como representante mundial do esporte e, em 2000, em Sidney, houve uma apresentação do esporte para os dirigentes do COI. Espera-se que a modalidade seja inclusa nos Jogos Olímpicos em breve, por apresentar várias características que a predestina para tal: é praticada em quase 90 nações, não requer instalações específicas, é muito vistosa e interessante para transmissões televisivas e é uma modalidade na qual participam homens e mulheres em absoluta paridade”, nos informa a professora Bettina Ried, integrante da Confederação Brasileira de Dança Esportiva.
Fotos, de cima para baixo: fotos 1 e 2, cedidas pela CBDE, flagrantes feitos pelo fotógrafo Johannes Biba, em competições de dancesport; na foto 3, a professora Bettina Riad entre os casais vencedores da Copa Mineira de Dança Esportiva, realizada em novembro de 2005, em Juiz de Fora; na foto 4, o professor Manoel Rodrigues e sua partner, a professora Luiza Helena, há 7 anos divulgando a dança esportiva no Nordeste.
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