
Mas o fato é que de todas as etapas que assisti desse quadro esta, que escolheu o casal campeão, por pouco, pouco não terminou em barraco mesmo.
Aliás este foi o assunto que agitou hoje algumas comunidades de dança do Orkut, como a comunidade Dança de Salão RJ (link ao final desta matéria).
Isso porque Carlinhos de Jesus, que, diga-se de passagem, é o que mais polemiza quando participa como jurado técnico do programa, decidiu levantar uma discussão justo no momento final da competição. Quis o destino (ou a produção do programa) que ele, que sempre argumentou a respeito da postura dos casais concorrentes e (veneninho circulando na net) tinha um componente de sua cia de dança como finalista, ficasse por último para dar a nota decisiva. E se apegou a uma regra que, conforme foi confirmado por todos (e até o próprio já a relevara em outros julgamentos seus), não estava sendo considerada no jogo, que era respeitar o espaço demarcado no piso.
Daí, como o ser humano dificilmente consegue ser imparcial – ainda pra mais movido pela emoção de uma competição onde se está julgando menos a técnica e mais a superação – os comentários ficaram divididos em duas posições majoritárias.

Uma parte da comunidade da dança achou que ele visivelmente se apegou a essa regra do espaço de dança (que, repito, não era regra ali) para justificar a nota baixa que se preparava para dar ao casal formado por Priscilla Amaral e Rodrigo Hilbert (foto acima), beneficiando assim o casal Elaine Mickely e Átila Amaral (foto ao lado), este último de sua cia de dança. Diante da reação da platéia, do Faustão e até dos outros jurados técnicos, a saída, para não dar o braço a torcer, foi dar nota 9, o que permitiu que Hilbert fosse o famoso a levar o troféu de campeão. Aborrecido com a interferência em seu julgamento, chegou a destratar a jurada técnica ao seu lado, dizendo que “ela nem da dança de salão era”. Daí, nenhuma novidade, pois o único da dança de salão ali era ele.
Já outra parte da comunidade da dança achou que os comentários dele foram válidos, já que ele era o único entendido no assunto. E que ele foi destratado injustamente pelo apresentador e pelos colegas jurados. Aí sucedem-se as argumentações contra o programa e o apresentador, as acusações de “cartas marcadas” e outros comentários não ligados especificamente ao episódio mas à forma como a comunidade da dança vê esse tipo de competição na tv, com as inevitáveis adaptações (ou distorções) para tornar as apresentações mais “palatáveis” para o público leigo.
Sim, porque não se vá querer que o público da poltrona, só agora se familiarizando com esse tipo de competição, vá manter-se sintonizado naquela estação se os jurados começarem a dar aulas teóricas sobre o que está didaticamente/tecnicamente correto ou não nas apresentações (aliás já seria difícil encontrar meia dúzia de bons professores de salão que se adaptasse à linguagem televisiva para exercer esse papel...).
Também é ser muito exigente e “desmancha prazer” querer que os famosos realmente conduzam ou sejam conduzidos como normalmente nós, dançarinos de salão, estamos acostumados a ver. Afinal, trata-se de um show, com a finalidade de divertir e vender espaço publicitário.
Sempre é bom lembrar que dança na TV sempre existiu, assim como cenas de dança de salão em novelas. Mas a adaptação de “reality shows” de dança de sucesso internacional foi uma novidade que trouxe um destaque permanente na mídia para essa arte. E a Globo soube muito bem adaptar o formato internacional ao gosto nacional. A Dança dos Famosos registrou audiências acima de 40 pontos e é considerada um dos maiores sucessos dos últimos anos do Domingão. De repente, nossos profissionais de dança ganharam a chance de mostrar seu trabalho em rede nacional e muitos foram contratados como coreógrafos, assistentes e figurantes de vários programas e novelas. Embora, repito, isso já acontecesse antes da chegada desses formatos de programas, depois deles a dança de salão ficou (está) tendo uma evidência bem maior, com benefícios indiscutíveis para nossos profissionais. E até para nós, praticantes, vistos como “seres de outro século” pela grande maioria da população.
Isso para não falar dos artistas competidores, que ganharam grande projeção. Que o diga Serjão Loroza, que não perdia a oportunidade de promover seu CD. Ou a cantora Fafá de Belém, dando “canja” em toda a oportunidade. Competidor em edição anterior do quadro, o ator Stepan Nercessian, por exemplo, declarou numa entrevista que estava se sentindo um astro da música sertaneja, sendo assediado para tirar fotos e dar autógrafos.
Mas não pensem que o sucesso com o ibope convencerá os famosos a continuar na dança de salão. Perguntado sobre o que iria mudar na sua vida após ter ganho a competição, o ator Rodrigo Hilbert respondeu: “a estante lá de casa vai ter mais um troféu”!
Assista a seguir a apresentação de tango de Rodrigo Hilbert e Priscilla Amaral, que foi o “pomo da discórdia”, postada pelo blog Tevê Aberta, com a parte do barra..., digo, comentários dos jurados.
- No blog Tevê Aberta, os comentários dos telespectadores a respeito da polêmica e os links para as matérias sobre as etapas anteriores à finalíssima.
http://teveaberta.blogspot.com/2007/06/rodrigo-hilbert-vence-dana-dos-famosos.html - No blog da Dança dos Famosos, da Rede Globo, a entrevista com os dois casais finalistas e as três apresentações de cada um, para você fazer seu próprio julgamento.
http://redeglobo.globo.com/Dancadosfamosos/0,,8421,00.html - Na comunidade Dança de Salão RJ, o tópico sobre o assunto, para você participar da discussão.
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=218223&tid=2538539189801763535&na=1&nst=1 - E o link para todas as postagens neste blog sobre a dança de salão na mídia.http://falandodedanca.blogspot.com/search/label/A%20dança%20na%20mÃdia
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