O Jornal Falando de Dança publica, desde o primeiro ano de sua fundação, textos de pesquisadores e profissionais da dança sob o tema syllabus.
A primeira menção foi na edição 5, de março de 2008. Em artigo de Luís Florião, falava-se da importância dos professores de forró trabalharem por uma denominação comum aos comandos da roda de forró (ou forrada, ou, ainda forró cassino, como também se conhece atualmente). Dizia Florião em seu texto: “o mais importante é que ela [a nomenclatura] seja nacional, de forma que possamos dançar com os mesmos passos e nomes em qualquer lugar do país e do mundo, tornando-a mais integradora e ainda mais viável para o ensino e o aprendizado. Para termos um movimento nacional, em vez de um modelo em cada escola”. Este movimento no âmbito do forró de roda chegou a ter boa aceitação nos anos de 1990, mas em dado momento caiu no esquecimento e vemos, hoje, academias que até registram sequências coreográficas e nomes de comandos.

Para Carla Salvagni, as iniciativas de ter passos registrados como propriedade são inúteis, pois a dança de salão é uma “cultura viva”. Ou seja, graças à criatividade dos dançarinos e às alterações nos repertórios dos bailes, ela está em constante modificação. “Não creio que faça muita diferença um professor registrar o nome de uma dança ou passo. Se a dança ou o passo for bom, vai ser amplamente praticado e passa a ser de domínio público, todo mundo pratica e não se preocupa em saber de onde veio”, disse Carla em entrevista ao JFD, publicada em maio de 2008 (ed. 07). E explificou: “Eu mesma já crie muitas figuras, que ‘batizei’ com o nome que foi conveniente no momento. Talvez alguém tenha inventado o mesmo passo, talvez em outra cidade, e tenha dado outro nome”. Anos depois, Carla voltou ao tema em novo artigo para o JFD, publicado na edição 65, e que é agora reproduzido, para integrar esta edição especial sobre o Syllabus. Além do texto de Carla, trazemos o texto de Marco Antonio Perna, sobre o syllabus do samba, e o texto desta editora, sobre o syllabus do bolero.
A abordagem sobre o syllabus veio em consequência dos encontros promovidos no Centro Coreográfico pela Associação dos Profissionais e Dançarinos de Salão do RJ - APDS/RJ, que tem regularmente abordado esta temática, defendendo a adoção de uma lista de movimentos e nomenclaturas básicos, não para engessar, mas para nortear o ensino da dança de salão. Por essas e outras iniciativas, a instituição foi escolhida este ano para receber o Diploma Heloneida Stuart de Cultura, destaque de capa desta edição.
Outro destaque desta edição é o artigo de Antonio Aragão, alertando os produtores culturais do segmento para uma efeméride que valerá a pena comemorar: os 200 anos da Indenpendência do Brasil.
Já Maristela Zamoner nos traz mais uma pérola de suas pesquisas em periódicos do século 19: a revelação de que já naquela época existiam bailes infantis.
E Milton Saldanha nos fala da rivalidade no futebol entre Brasil e Argentina, rivalidade essa que desaparece aos primeiros acordes de um belo tango.
Trazemos ainda notícias sobre editais abertos, resultados de competições, ações na área de políticas culturais, além da tradicional coluninha social e de nosso roteiro de bailes.
E por falar em bailes, triste notar que o Dia do Dançarino de Salão está retornando ao ostracismo. Apenas Gustavo Loivos, vice-presidente da APDS/RJ, noticia aqui um baile comemorativo da data. Incrível como nosso segmento, com uma data para chamar de sua no calendário oficial tanto do Estado do RJ quanto do Município, deixa passar em brancas nuvens esse gancho tão interessante para baile temático. Mas, enfim, o mês está apenas começando e, também, não nos chega sempre com antecedência a programação de bailes dos principais salões. Vamos levar fé. Enquanto isso, relaxe com nossa leitura e escolha um bom programa em nosso roteiro de bailes.
_____________________________
Leonor Costa é editora do Jornal Falando de Dança e diretora cultural da APDS/RJ
A primeira menção foi na edição 5, de março de 2008. Em artigo de Luís Florião, falava-se da importância dos professores de forró trabalharem por uma denominação comum aos comandos da roda de forró (ou forrada, ou, ainda forró cassino, como também se conhece atualmente). Dizia Florião em seu texto: “o mais importante é que ela [a nomenclatura] seja nacional, de forma que possamos dançar com os mesmos passos e nomes em qualquer lugar do país e do mundo, tornando-a mais integradora e ainda mais viável para o ensino e o aprendizado. Para termos um movimento nacional, em vez de um modelo em cada escola”. Este movimento no âmbito do forró de roda chegou a ter boa aceitação nos anos de 1990, mas em dado momento caiu no esquecimento e vemos, hoje, academias que até registram sequências coreográficas e nomes de comandos.

A APDS foi o destaque principal da ed 130 |
Outro destaque desta edição é o artigo de Antonio Aragão, alertando os produtores culturais do segmento para uma efeméride que valerá a pena comemorar: os 200 anos da Indenpendência do Brasil.
Já Maristela Zamoner nos traz mais uma pérola de suas pesquisas em periódicos do século 19: a revelação de que já naquela época existiam bailes infantis.
E Milton Saldanha nos fala da rivalidade no futebol entre Brasil e Argentina, rivalidade essa que desaparece aos primeiros acordes de um belo tango.
Trazemos ainda notícias sobre editais abertos, resultados de competições, ações na área de políticas culturais, além da tradicional coluninha social e de nosso roteiro de bailes.
E por falar em bailes, triste notar que o Dia do Dançarino de Salão está retornando ao ostracismo. Apenas Gustavo Loivos, vice-presidente da APDS/RJ, noticia aqui um baile comemorativo da data. Incrível como nosso segmento, com uma data para chamar de sua no calendário oficial tanto do Estado do RJ quanto do Município, deixa passar em brancas nuvens esse gancho tão interessante para baile temático. Mas, enfim, o mês está apenas começando e, também, não nos chega sempre com antecedência a programação de bailes dos principais salões. Vamos levar fé. Enquanto isso, relaxe com nossa leitura e escolha um bom programa em nosso roteiro de bailes.
_____________________________
Leonor Costa é editora do Jornal Falando de Dança e diretora cultural da APDS/RJ
Comentários