Leia a seguir um dos artigos do JFD, no qual o DJ Dom Wilson foi destaque.
Quem curtiu “festa de garagem” nos anos 70 (ou na sala, ou no quintal...) certamente se lembrará de algum colega que chegava com sua coleção de LP’s e assumia o comando do pick-up, preferindo ficar ali, esquentando a festa, do que curtir a pista.
Assim sempre foi Dom Wilson, como ele nos contou durante entrevista para esta matéria. “Na época em que não existia internet para baixar músicas, eu sempre corria às lojas para comprar os últimos lançamentos e surpreender nas festas”, lembra ele, que afirma continuar com essa mania até hoje. “Baixar músicas na internet é fácil, mas todo mundo acaba tendo o mesmo repertório. Gosto de apresentar novidades, por isso prefiro sites especializados, que vendem as mídias que raramente ‘caem na rede’ de graça. E antes dessa facilidade, viajava muito para São Paulo, em busca de gravações recém-lançadas. Tenho mais de 5 mil LP’s, alguns raríssimos, e mais de 2mil cd’s”.
Estar atento ao que é tocado nas rádios também faz parte de sua rotina, e muitas vezes precisou ter jogo de cintura para conseguir o que queria. “Há alguns anos atrás, eu chegava a ir nas rádios pedir para ser atendido pelo programador, para tentar obter informações sobre alguma música rara ou um pré-lançamento que ouvira naquela estação, não raro obtendo versões que as gravadoras só forneciam às rádios, para divulgação. Foi o caso da versão mais lenta da música ‘Colombina’, de Ed Motta, ideal para dança de salão, que toquei com exclusividade durante mais de anos, até que a mídia começasse a circular entre os demais dj’s, e a versão em inglês de “Avião”, de Djavan (consegui o cd original e só depois de 8 anos a música começou a ser divulgada por outros dj’s)”, conta-nos Dom Wilson, que guarda suas raridades a “sete chaves”. “Tive uma equipe de som na época da Soul Music e, naqueles tempos, raspávamos o rótulo dos discos para dificultar a identificação das músicas pelos olheiros. Também criei a Só Mix, equipe especializada em Charme, que era a maior do Rio.
” Nem sempre estar à frente nos lançamento dá certo. “Às vezes, deixo uma mídia de lado depois de tentar ‘emplacá-la’ em bailes sem sucesso e só meses, às vezes anos depois ela é ‘relançada’ com sucesso”, diz ele, que aprendeu a identificar bem o comportamento do público de dança de salão, em cujo repertório se especializou há 15 anos atrás. “Trabalhava, e ainda trabalho, no setor administrativo do Cais do Porto e após o expediente tocava nos eventos do Clube dos Portuários: em noites de pagodes, de seresta, de discoteca - menos nas noites de dança de salão, não era minha especialidade. Um dia o dj do “Baile do Jiló” se desentendeu com a casa e me puseram para substituí-lo. Foi amor à primeira vista, nunca mais quis sonorizar pagodes e serestas”.
Hoje, Dom Wilson, além de trabalhos avulsos (“sempre de dança de salão”), é contratado da casa de shows WK, para os bailes das quartas, e, desde setembro do ano passado, da gafieira Estudantina, para os bailes dos sábado, quando faz a abertura da casa e toca das 20 às 22:30h e no primeiro intervalo da banda da noite. “É um desafio agradar ao público e manter a pista cheia antes da chegada da banda”, confessa Dom Wilson, cujo trabalho vem sendo bastante elogiado pelo público e pela administração da casa.
“Aproveito para agradecer ao Bernardo Garçom, ao diretor artístico Paulo Roberto e a Isidro Page, proprietário, que confiam no meu trabalho. Também não posso deixar de citar a equipe de garçons, o pessoal da portaria, o Robertinho do bar e Niquinho”, frisa Dom Wilson, que se orgulha de ter feito a abertura do Baile de Aniversário dos 81 anos de Estudantina Musical, antes da entrada da banda Novos Tempos. “Aliás, foi Robson, empresário da Novos Tempos, que me homenageou no Aspom, com o Troféu Melhores do Ano”, lembra o DJ, que também já foi muito procurado por outras bandas, que costumavam lhe pedir gravações para renovação do repertório delas, principalmente sambas. Finalizando nossa entrevista, a perguntinha que não quer calar: danças? “Na época do Baile do Jiló, Verinha Reis dava aulas por lá e me pediu para colocar o som. Ela me puxava pelo braço e me obrigava a dançar, mas eu não aguentava ver o toca-discos abandonado, é atrás do som que eu gosto de ficar, é a minha maneira de curtir o baile.”
Texto retirado da pagina 8 da edição nº 29 - Março de 2010 do Jornal Falando de Dança
Ultimamente o Dj Dom Wilson não tocava na Estudantina Musical, se apresentava em outras casas que faziam parte do seu roteiro como a Confeitaria L´ame , Clube dos Aliados, Kasarão Festas, Magic Dreams, Museu Militar Conde de Linhares, Saloon Festas, Sport Club Mackenzie entre outros.
Texto retirado da pagina 8 da edição nº 29 - Março de 2010 do Jornal Falando de Dança
Ultimamente o Dj Dom Wilson não tocava na Estudantina Musical, se apresentava em outras casas que faziam parte do seu roteiro como a Confeitaria L´ame , Clube dos Aliados, Kasarão Festas, Magic Dreams, Museu Militar Conde de Linhares, Saloon Festas, Sport Club Mackenzie entre outros.
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